PMDB amplia pressão sobre PT e governo

PMDB amplia pressão sobre PT e governo

O presidente em exercício, Michel Temer, aderiu ao manifesto dos insatisfeitos do PMDB que protestam contra o projeto do PT de usar uma “ampla estrutura governamental” para ultrapassar os peemedebistas em número de prefeituras.


 

 

Além de dar razão aos queixosos que lhe entregaram o documento ontem, ele reconheceu que a pressão do PT sobre o PMDB é grande e, citando São Paulo, disse que não recuará: “O Gabriel Chalita (candidato do PMDB a prefeito da capital) vai até o fim”.


 

“Temos que trabalhar para eleger o maior número de prefeitos”, conclamou Temer, declarando-se “defensor da liberdade das coligações” nas disputas municipais. Ao analisar o quadro eleitoral no encontro de uma hora no gabinete da vice-presidência da República, admitiu que o PT tem mais facilidade de acesso a programas e recursos do governo para as bases e prometeu buscar um “tratamento mais igualitário”.


 

O vice acredita que o manifesto vai ajudar o governo, com o alerta das insatisfações. “Olha, vejam bem, vocês estão cobertos de razão. Vou abrir uma conversa (com o governo), falar dessa situação”, disse à certa altura. Mas o tom conciliador de Temer gerou dúvidas e cobranças.


 

O líder na Câmara, Henrique Alves (RN), sugeriu que Temer organizasse uma reunião dos dois líderes peemedebistas - ele e o senador Renan Calheiros (AL) -com as ministras das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para passar ao governo as insatisfações do partido.


 

Em meio às críticas generalizadas à falta de autonomia e de recursos dos ministros do PMDB que são obrigados a consultar o Palácio do Planalto sobre qualquer medida a ser implementada, o deputado Darcísio Perondi (RS) reagiu com irreverência, referindo-se à ministra Ideli como “supervisora” do Gastão Vieira, ministro do Turismo e deputado do PMDB maranhense.


 

No geral, o grupo de cerca de vinte deputados que se reuniu com Temer saiu satisfeito do encontro. “O importante é que o Michel reconheceu que há insatisfações antigas, que houve uma acomodação por parte das lideranças diante delas e que o documento ajudará a agitar o partido para buscarmos uma solução”, resumiu o deputado Danilo Fortes (PMDB-CE). (das agências de notícias)