O ano de Elis Regina

O ano de Elis Regina

Indiferente a tão falada pouca memória do povo brasileiro, Elis Regina se manteve um nome vivo nestes 30 anos que se passaram após sua morte. Através de lançamentos de discos e vídeos (alguns até inéditos), tributos e outras homenagens, ela continuou como um nome forte para a música brasileira e nunca caiu no ostracismo a que tantos grandes artistas acabam sendo condenados. Alguns até ainda em vida. No caso de Elis, não. Sua obra acabou se tornando maior que a própria artista.

 

Nessas três décadas, seu nome já virou nome de logradouros públicos, entre praças e ruas, até escolas. Em 1989, a escola de samba carioca Mocidade Independente de Padre Miguel desfilou com o tema Elis, um Trem de Emoções.


Outras homenagens também servem para medir o tamanho que o nome da Pimentinha conseguiu. A atriz Denise Stoklos estreou em 1982 o solo Elis Regina. A Rede Globo tentou dar sua contribuição montando uma minissérie sobre a vida da cantora, mas a ideia acabou sendo vetada pela família. Em compensação, na estreia do programa Por toda a minha vida, em dezembro de 2006, foi justamente ela a primeira escolhida. Da série que já contou a vida de outros ídolos como Renato Russo, Cássia Eller e Cazuza, o de Elis foi o único com mais de duas horas de duração com picos de 36 pontos de audiência.

 


30 anos


Para 2012, mais uma série de homenagens começam a ser arquitetadas. O projeto Redescobrindo Elis é o mais vistoso e vai ser encabeçado pelo primogênito João Marcello Bôscoli. Orçado em R$ 5,8 milhões e apoiado pela Lei de Incentivo à Cultura, o projeto vai incluir exposição de objetos pessoais, documentário com duração de seis horas dirigido pelo paulista Allen Guimarães, biografia e um site com material exclusivo.


No entanto, a parte mais esperada são os cinco shows que sua filha, Maria Rita, vai dedicar às canções da mãe. A mini-turnê está programada para começar no Parque do Ibirapuera (SP), próximo 17 de março, dia em que a homenageada faria seus 67 anos. Esta será a segunda vez que a filha se volta para o repertório da mãe: em 2006, ela interpretou Essa mulher em Por toda minha vida. Dessa vez será um show inteiro, com arranjos do pai, César Camargo Mariano, que passará por mais quatro cidades – Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife. Todos os shows serão gratuitos. Até o momento, não há planos para lançamentos em CD ou DVD das apresentações. Como disse João Marcello no lançamento do projeto, “quem viu viu. Quem não viu perdeu”. (Marcos Sampaio)