
Crise econômica faz triplicar franquias europeias no Brasil

A crise na Europa fez o número de franquias européias, principalmente espanholas e portuguesas, quase triplicar no Brasil nos últimos dois anos.
Quando viajava para Europa, o empresário Ricardo Rinkevicius costumava tomar café da manhã em uma rede de padarias da Bélgica. Gostou tanto que trouxe marca pra cá. Uma das unidades, que fica na zona oeste de São Paulo, chega a receber 1.200 pessoas por dia.
O faturamento, 30% acima do esperado, impressionou até a matriz que vem tendo dificuldades pra crescer na Europa por causa da crise. “Eles nunca tinham aberto três lojas em um mesmo mercado, no mesmo ano. Só esse ano abrimos três e até o fim do ano mais três. Então pra eles foi um negocio completamente fora da curva”, comenta o empresário.
As franquias da Europa estão buscando novos mercados e o Brasil é um dos países mais procurados. Entre 2007 e 2009 apenas sete franquias européias se instalaram aqui. Mas de 2010 pra cá chegaram 19 marcas.
O investimento vai de 250 mil a um milhão de reais. A previsão é de que em 2013 mais 20 empresas cheguem ao mercado brasileiro. “A gente identifica como uma conjuntura de fatores, nós temos lá uma crise, que assola a Europa fortemente e temos aqui um mercado que tá em franco desenvolvimento. São oportunidades que estão sendo abertas aqui, e que estão atraindo essas redes”, avalia Rogério Feijó, gerente de relações da Associação Brasileira de Franchising.
Uma hamburgueria de Portugal já abriu três lojas no Brasil. As vendas estão indo tão bem que os sócios resolveram inaugurar cinco novas unidades em São Paulo e em capitais do Nordeste. Ao todo, o investimento é de dez milhões de reais.
O empresário Antonio Cunha Araújo é um dos donos e diz que há muitas dúvidas em relação aos rumos da economia em Portugal. Os sócios, então, concluíram que o cenário é mais promissor no Brasil em função do poder de compra da população. “É um país com um potencial enorme para o crescimento de uma marca como a nossa”, declara.